NAVALHA NA CARNE projeto Mauvais Mots
TEASER DO ESPETÁCULO
"Mesmo quase 50 anos após a criação da obra, Navalha na carne permanece sendo um retrato cruel e particularmente humano de pessoas à margem da sociedade, quase sempre julgadas e condicionadas a uma vida violenta, opressora e sem grandes esperanças. Sentimento esse traduzido com propriedade pela Cia Nós de Teatro, que conseguiu traduzir toda a urgência do texto de Plinio Marcos em pouco mais de 60 minutos" (Henrique Romanine).
DEPOIMENTO DE QUEM VIU
FICHA TÉCNICA
TRAJETÓRIA
PROJETO "MAUVAIS MOTS"
A PESQUISA
NAVALHA NA CARNE
A Cia Nós de Teatro apresenta o clássico "Navalha na Carne", de Plinio Marcos, considerado o grande marco do Teatro Realista no Brasil. Na ficção pliniana, a violência do cafetão Vado assume contornos fortes quando este se vê sem o "tutu" que sua mulher e prostituta Neusa Sueli deixa todos os dais. A desconfiança não demora a recair sobre Veludo, o rapaz que limpa os quartos do cortiço, e o conflito com este estranha personagem acaba por munir o cafetão de armas para o golpe final contra a mulher.
O cenário minimalista, formado apenas por uma gambiarra e uma cadeira, bem como a presença do publico em semi-arena disposto dentro do palco, marcam a abordagem contemporânea da encenação, que não dispõem de trilha sonora, mas do ritmo e pulsar dos corpos, ações e movimentos que geram, junto à exacerbação da violência, efeitos de realidade e estranhamento. Em cena estão os atores Fagner Soares, Mario Ferreira e Rejane Arruda, que também assinam a direção coletiva do espetáculo constituído na Universidade Vila Velha, com o apoio do CNPQ e FUNADESP.
ESTREIA NACIONAL NO 25o FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA - MOSTRA FRINGE - AUDITÓRIO BRASILIO ITIBERÊ - 2016
CRÍTICA no "UP DO FESTIVAL"
"Mesmo quase 50 anos após a criação da obra, Navalha na carne permanece sendo um retrato cruel e particularmente humano de pessoas à margem da sociedade, quase sempre julgadas e condicionadas a uma vida violenta, opressora e sem grandes esperanças. Sentimento esse traduzido com propriedade pela Cia Nós de Teatro, que conseguiu traduzir toda a urgência do texto de Plinio Marcos em pouco mais de 60 minutos" (Henrique Romanine).
ACESSO EM:
DEPOIMENTO DE QUEM VIU
"Primeiro, eu adorei o teatro. Parece que a peça de vocês tem uma única cena e vai até o final. Por que tudo acontece muito rápido. É tapa atrás de tapa e as palavras saem muito rápido e acho que isso tornou a peça dinâmica. O que mais me chamou a atenção é como algumas pessoas achavam cômico as cenas de violência. Parei pra pensar nisso durante um bom tempo. Como um ser humano consegue dar risada vendo outro apanhar? Ok, é teatro, mas pelo menos eu estava assistindo como se fosse uma realidade. E até eu que, que estava assumindo que a peça era real, estava rindo. Isso até me abalou um pouco, mas normal vindo de Plínio. Retrata o submundo dos brasileiros como ninguém. Parabéns pra você, parabéns pro Fagner e pra Rejane. Foram sensacionais!!"
(Paulo Facin, graduante em Matemática pela Faculdade São Camilo, Cachoeiro de Itapemirim).
"Mesmo com texto quase 'cinquentão', 'Navalha na Carne', uma das obras-primas de Plínio Marcos, não perdeu seu vigor e sua atualidade. Dia 5 de agosto, no Teatro Rubem Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, pude assistir a uma montagem 'pra' lá de perturbadora desse espetáculo cuja direção, coletiva, ficou a cargo dos próprios atores da peça, Fagner Soares, Mario Ferreira e Rejane Arruda. Em linhas gerais, a peça se passa num quarto de bordel em que três personagens, o cafetão Vado (Fagner Soares), a prostituta Neusa Sueli (Rejane Arruda) e o homossexual Veludo (Mario Ferreira), fazem-nos discutir, por exemplo, sobre a existência não humana, marginalizada e a violenta disputa que se estabelece na relação entre as pessoas. Ao optarem por uma encenação com a presença de parte do público no palco - uma semiarena - os diretores trouxeram ainda mais a pulsação à peça. Assim que teve início o espetáculo, pude constatar que um retrato natural e bem realista de um jogo de domínio entre as personagens seria encenado naquela noite. Foi o que vi! As cenas fortes, extremamente realistas, fizeram-me prender a respiração em vários momentos. A agilidade do diálogo e as reflexões que o texto propõe atestam que a atual encenação promete vida longa. Sobre as atuações, posso assegurar que os três atores estão inteiros no espetáculo. Não fugindo a um lugar comum, atrevo-me a dizer que a entrega foi total. Entraram no espetáculo sem rede de segurança. Entre os três, chamou-me especial atenção o ator Fagner Soares, que encarnou o cafetão Vado. Lembrei-me, então, do que disse Ademar Guerra, que, em 1975, transformou em roteiro de dança o texto de Plínio Marcos: 'Navalha na Carne' transformou-se em 'Quebradas do Mundaréu', levado aos palcos pelo 'Ballet Stagium', sob a direção de Guerra e tendo à frente Márika Gidali e Décio Otero. Na contramão de tudo o que vinha sendo dito sobre o texto pliniano, Guerra disse que quem conduz o espetáculo e é sua própria razão de ser não é Neusa Sueli, mas Vado. Concordo com Guerra. Não desmerecendo a atuação de Rejane Arruda e de Mario Ferreira, que estão esplêndidos, 'Navalha na Carne' é uma peça para um grande ator que tenha a coragem de encarnar Vado, uma das personagens mais fortes da dramaturgia nacional"
(Fábio Brito, professor, Cachoeiro de Itapemirim).
"Semana passada fui assistir ao espetáculo 'Navalha na Carne', de um autor que eu gosto muito: Plínio Marcos. E foi realmente um espetáculo! Um trabalho super profissional, no mesmo nível das peças do eixo Rio-São Paulo. E feito por gente daqui!!! Tive a alegria de rever novamente atuando meu amigo Mario Ferreira! Já tive a honra de atuar ao lado desse cara! E olha quem encontro na plateia? Boa parte da galera do 'Burguês Ridículo'! Ê saudade! Fico muito feliz de ver a evolução da Cia Nós de Teatro. Vi as 'crianças' Fagner Soares, Marco Antônio Reis e Brenda Perim darem seus primeiros passos no palco como alunos revelados pela nossa Escola de Teatro Darlene Gloria e hoje estão cursando Artes Cênicas em Vila Velha! O trabalho a longo prazo dá resultado! A luta da ASTECA (Associação Teatral de Cachoeiro) não foi em vão e Cachoeiro pode voltar a ser celeiro de grandes artistas, seja no teatro, na música, na dança, no folclore, na cultura popular... Atenas Capixaba não pode ficar vislumbrando o passado. Vamos olhar para o futuro? 'Um povo sem cultura é um povo sem alma'."
(Vitor Coelho, ator, Cachoeiro de Itapemirim).
AGENDA 2016
PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES
Em breve.
FICHA TÉCNICA
TEXTO
Plinio Marcos
ELENCO
Fagner Soares, Mario Ferreira e Rejane Arruda
DIREÇÃO
Fagner Soares, Mario Ferreira e Rejane Arruda
LUZ
Mario Ferreira
CENÁRIO E FIGURINO
Cia Nós de Teatro
OPERADOR DE LUZ
Marco Antônio Reis
REGISTRO EM VIDEO
Brenda Perim
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Brenda Perim
ARTE GRÁFICA
Juliana Reali
PESQUISA
Fagner Soares e Rejane Arruda
PRODUÇÃO
Cia Nós de Teatro
REALIZAÇÃO
Cia Nós de Teatro e Grupo de Pesquisa "A Poética Cênica, Seus Dispositivos e Estratégias de Transmissão" do curso de Artes Cênicas da Universidade Vila Velha
APOIO
FUNADESP, CNPQ, Universidade Vila Velha
TRAJETÓRIA
O espetáculo foi concebido em pesquisa, através de uma parceria entre a Cia Nós de Teatro e o grupo de pesquisa "Poéticas da Cena Contemporêna", do curso de Artes Cênicas da Universidade Vila Velha. Realizou um work-in-progress na "IV Abertura de Processos de Criação Cênica" na UVV/ES e estreou nacionalmente no 25o Festival de Teatro de Curitiba - Mostra FRINGE, em 2016. Apresentou no Teatro Carlos Gomes, em Vitória e no Teatro Rubem Braga em Cachoeiro de Itapemirim, também em 2016.
PROJETO "MAUVAIS MOTS"
"Mauvais Mots" quer dizer "palavra suja" em francês. A Cia Nós de Teatro junta, neste projeto, Plinio Marcos e Jean Genet, para tematizar os limites entre realidade e alucinação. Em "Navalha na Carne", com sede de testemunhar a injustiça ou "o absurdo" do real, apresenta uma espécie de "oui clot" (referência ao termo "sem saída" da peça homônima de Sartre): na sórdida realidade do cortiço onde vivem, os personagens são testemunhas de um real asfixiante que, por sua vez, se aproxima do não-sentido da vida quando tudo retorna ao mesmo lugar. Como no Mito de Sísifo, inspiração primeira para o Teatro do Absurdo de Genet, o homem carrega a pedra até o topo para que novamente role montanha a baixo. O real alucina: o mundo é assim, por mais absurdo que pareça e só terá sentido, se cada um doar de si para construí-lo.
A PESQUISA
VÍDEO DA PESQUISA:
https://www.youtube.com/watch?v=8NDB8VyGyA4
Primeiro lugar no Edital n.20/2015 o Programa Institucional de Iniciação Científica PIBIC/PIBITI - UVV/CNPq/FAPES, "FALA INTERNA COMO RAIZ E SUAS RAMIFICAÇÕES", plano de trabalho de Fagner Soares, veiculado ao projeto "Efeitos de Realidade (e Alucinação): Uma Investigação da Atuação Realista Através do Dispositivo Cênico-cinematográfico", desenvolvido por Rejane Arruda, com o apoio do CNPQ e FUNADESP. Formaliza-se um determinado uso da fala interna (unidade acústica diferencial do jogo do ator), criando famílias para cada uma delas. A hipótese é que o conjunto de falas internas funcionaria como uma árvore genealógica, na qual teríamos uma primaria, com o sentido absoluto e, em seguida, o restante, sobre-determinadas pelo sentido da primeira. Utiliza-se o método empírico, em prática laboratorial de criação cênica, através da montagem do espetáculo "Navalha na Carne", da Cia Nós de Teatro, problematizada no grupo de pesquisa cênica "A Poética Cênica, Seus Dispositivos e Estratégias de Transmissão". A dinâmica da produção da fala interna em cadeia sistematizada através da ideia de uma árvore genealógica nunca foi desenvolvida, se apresentando como um objeto novo a ser investigado e que pode contribuir para as descobertas no campo do ator.
https://www.youtube.com/watch?v=8NDB8VyGyA4
Primeiro lugar no Edital n.20/2015 o Programa Institucional de Iniciação Científica PIBIC/PIBITI - UVV/CNPq/FAPES, "FALA INTERNA COMO RAIZ E SUAS RAMIFICAÇÕES", plano de trabalho de Fagner Soares, veiculado ao projeto "Efeitos de Realidade (e Alucinação): Uma Investigação da Atuação Realista Através do Dispositivo Cênico-cinematográfico", desenvolvido por Rejane Arruda, com o apoio do CNPQ e FUNADESP. Formaliza-se um determinado uso da fala interna (unidade acústica diferencial do jogo do ator), criando famílias para cada uma delas. A hipótese é que o conjunto de falas internas funcionaria como uma árvore genealógica, na qual teríamos uma primaria, com o sentido absoluto e, em seguida, o restante, sobre-determinadas pelo sentido da primeira. Utiliza-se o método empírico, em prática laboratorial de criação cênica, através da montagem do espetáculo "Navalha na Carne", da Cia Nós de Teatro, problematizada no grupo de pesquisa cênica "A Poética Cênica, Seus Dispositivos e Estratégias de Transmissão". A dinâmica da produção da fala interna em cadeia sistematizada através da ideia de uma árvore genealógica nunca foi desenvolvida, se apresentando como um objeto novo a ser investigado e que pode contribuir para as descobertas no campo do ator.
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